O mundo online nunca foi tão importante para o brasileiro. A inclusão digital é, de uma vez por todas, a bola da vez no meio político. E esse assunto vem alimentando várias discussões sobre a implantação de uma das maiores iniciativas do Governo Federal: a Banda Larga Nacional. “O plano nacional de banda larga é o entendimento, a realização do governo de que há um hiato, há um espaço vago que precisa ser tratado para que o Brasil consiga ser um país que lide com tecnologia. Durante muito tempo você tinha educação, saneamento, saúde, várias coisas como necessidades básicas do ser humano. Agora você tem tecnologia”, Mário Brandão, Presidente da Associação Brasileira de Centros de Inclusão Digital - ABCID.
O acesso à internet ainda é muito restrito, principalmente por causa do seu preço. A compra do computador, as contas de energia elétrica, manutenção do equipamento, compra do modem e pagamento das contas em dia para poder manter a conexão podem significar bastante no orçamento de muitas famílias brasileiras. Por isso, hoje, as lan houses são a fuga de muitas pessoas que usam a internet por um período reduzido de horas. “De 65 milhões de pessoas que acessam a internet hoje, metade o fazem através das Lan Houses, e elas estão suprindo uma deficiência do governo em prover acesso de banda larga nas comunidades de baixa renda”, Mário Brandão, Presidente da Associação Brasileira de Centros de Inclusão Digital - ABCID.
Mas o Governo quer mais.
Ao invés de lan houses, quer internet na casa de todo e qualquer brasileiro. Hoje, a banda larga atinge 12 milhões de assinantes no País. Esse número representa, principalmente, a população das grandes metrópoles, onde o acesso à internet é prioridade das provedoras. A maioria das cidades com menos de quarenta mil habitantes não têm conexão em alta velocidade.
“Até 31 de dezembro de 2010, todos os municípios brasileiros, mais de 5800 municípios estarão conectados ao BackBone nacional, perminto o acesso a banda larga em todos esses municípios”, Antônio Carlos Valente, presidente da Associação Brasileira de Telecomunicação – Telebrasil
Conexão à internet é, hoje, item que mede até mesmo o grau de desenvolvimento de um país. Devido a essa atual necessidade de conectividade, a Banda Larga Nacional é uma das prioridades no Congresso. “A grande circulação da informação, conhecimento, entretenimento, da afetividade, tudo isso se dá por vias digitais. A infovia já é tão ou mais importante que a rodovia”, Gilberto Gil, ex-Ministro da Cultura.
Mas, não há solução fácil. Na semana que passou, o presidente Lula optou por um modelo de distribuição de banda larga parecido com o que temos hoje com a distribuição de energia elétrica. Ou seja, as empresas passam a ser um tipo de concessionárias e têm obrigação de trabalhar com metas para a universalização do serviço. Nos planos oficiais, o Brasil deve chegar a 2014 com internet presente em 68% dos domicílios. Mas, tudo isso ainda depende de regulamentação e da própria acomodação do mercado. É esperar para ver.
Fonte: Olhar Digital